quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Aumento de roubos de bicicletas faz disparar mercado de seguros


Houve um tempo em que a expressão "ladrão de bicicleta" referia-se aos inexperientes no crime, responsáveis por pequenos delitos.

Hoje, o termo ganhou outro sentido.

Com o aumento das bicicletas na cidade e a diversificação de marcas e preços, quem as rouba sabe que tem na mão um produto valioso, que chega a custar R$ 30 mil. Segundo a pesquisa origem/destino do Metrô, 300 mil paulistanos usam a bicicleta diariamente. "O estudo só conta os que vão de casa até o trabalho pedalando, não considera aqueles que vão até o bicicletário do metrô e deixam lá", diz Thiago Benicchio, diretor da Ciclocidade, associação de ciclistas urbanos.

A entidade estima que de 600 mil a 1 milhão de pessoas utilizem a bicicleta ao menos um dia na semana. "Quanto mais gente usar, mais roubos haverá. O prejuízo é alto porque as bicicletas são muito caras ".

A Secretaria de Segurança Pública não tem estatística sobre furtos e roubos de bicicletas, mas a crescente demanda por seguros para o produto indica que os ciclistas estão na mira de ladrões.

Em São Paulo, em uma seguradora dedicada à nova modalidade, por exemplo, o número de clientes cresceu 70% desde 2008. Arturo Alcorta, consultor em ciclismo urbano, diz que há dois tipos de ladrão: aquele que rouba qualquer bicicleta e outro que se concentra em modelos top de linha.

Segundo ele, há quadrilhas especializadas, que conhecem as mais caras. "Você não desaparece com uma bicicleta de R$ 20 mil. Como são numeradas, muitas são vendidas no exterior".

A Estar Seguro, que administra 800 apólices, pagou, até julho deste ano, R$ 61.774 em sinistros. Em 2009 inteiro, foram R$ 57.743. "Criei a corretora há cinco anos. Antes, era raro alguém se interessar. Agora, as pessoas estão investindo mais na compra de bicicletas e ficam com medo", diz Luiz Fernando Giovannini.

Há um mês, o engenheiro civil Boris Divis, 54, teve sua mountain bike, estimada em R$ 14 mil, roubada em um trevo de Santana de Parnaíba, na Grande São Paulo. Dois homens desceram de uma picape, levaram a bicicleta, os óculos e o capacete. Cinco meses antes, ele havia feito o seguro. "Um amigo disse que tinha sido roubado. Fiquei com medo", diz ele, que tem outra bicicleta, de R$ 40 mil, também assegurada.

O engenheiro pagou R$ 780 pelo seguro de ambas e R$ 2.000 de franquia pela que foi roubada. A apólice foi feita na Kalassa, corretora que só aceita bicicletas acima de R$ 5.000. O corretor José Carlos Anastácio Jr. conta que a maior parte das 1.200 asseguradas é de atletas, gente que costuma pedalar em rodovias como Imigrantes, Anhanguera e Bandeirantes e na USP --locais apontados como os mais arriscados. "As bicicletas são importadas e custam cerca de R$ 30 mil, por isso são tão visadas", diz ele.

As preferidas dos ladrões são marcas como Specialized, Scott e Trek.

A economista Sylvia Toledo, 56, ficou conhecida por um triste episódio que viveu na USP em junho de 2009. É ela que aparece em um vídeo, disponível na internet, sendo agredida com chutes por ladrões que, em seguida, tomam sua bicicleta. "Eles saltam armados e gritando que vão te matar. A sensação é de impotência total", lembra. Sua bicicleta custava R$ 2.000, mas ela acredita que o verdadeiro alvo era uma amiga que pedalava no grupo em uma Scott de R$ 27 mil, que reagiu, não perdeu a bicicleta, mas ficou com uma costela quebrada.

Sylvia não pedala mais na USP e sua amiga passou a ocultar o nome Scott com fita adesiva para que os ladrões não reconheçam a marca -estratégia, aliás, muito usada por ciclistas da cidade.

Fonte: www.cqcs.com.br

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